Após série de erros, confeiteira do interior de SP arranca risada de seguidores e acerta receita de Morango do Amor: ‘Quem prova, volta’
20/07/2025
(Foto: Reprodução) Pedro, Ana e Saffira, confeitos do noroeste paulista, produzem o 'morango do amor'.
Arquivo pessoal
O que era para ser só um desabafo virou o início de uma fase de sucesso para a confeiteira Ana Carolina Balestrieri Costa, de 29 anos, moradora de São José do Rio Preto (SP). Depois de várias tentativas frustradas de acertar o morango do amor, doce que viralizou nas redes sociais por lembrar a clássica maçã do amor, ela resolveu mostrar o que deu errado. A sinceridade arrancou risada dos seguidores, rendeu apoio e, poucos dias depois, acabou em um resultado de sucesso.
O vídeo com os erros bateu quase 700 visualizações nos stories. Assista abaixo. “Eu peguei meu celular e falei: ‘Pelo amor de Deus, isso aqui não é morango do amor, é do horror!’”, lembra Ana. Entre os comentários, vieram dicas, inclusive uma que salvou a receita. O resultado? Um novo produto no cardápio e uma explosão de pedidos.
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Formada em jornalismo, Ana largou a carreira para viver da confeitaria após o nascimento do filho, que atualmente tem dois anos. Em entrevista ao g1, ela conta que hoje, com loja própria e ajuda da mãe e do marido, vê no morango do amor uma das fases mais importantes de sua trajetória.
“A gente tem se desdobrado. Começamos às 7h30 da manhã e só saímos da loja às 21h”, conta.
Além do sabor, o visual faz sucesso: o doce é vendido no palito, como a maçã do amor tradicional, com laço charmoso e embalagem transparente. “O pessoal vem, compra um e leva outros doces também. Teve gente que levou 12 morangos de uma vez”, diz.
A receita, no entanto, exige precisão: morangos firmes, bem secos, brigadeiro no ponto ideal e calda de caramelo na temperatura exata de 149ºC, segundo Ana. “Confeitaria é precisão. Eu peso até a água”, afirma. A técnica inclui ingredientes pouco conhecidos fora do meio, como glucose e cremor de tártaro.
Confeiteira de Rio Preto desabafa e viraliza com produção de 'morango do amor'
Ana Carolina Balestrieri Costa é confeiteira em Rio Preto (SP) e faz o 'morango do amor'.
Ana Carolina Balestrieri Costa/Arquivo pessoal
🍬Tendência
A confeiteira Ana Carolina não está sozinha nessa. Em Araçatuba (SP), Saffira Oliveira, de 27 anos, também viu a demanda explodir. Ela, que comanda três lojas localizadas em Araçatuba, Birigui e Penápolis (SP), já somava mais de 1,1 mil unidades vendidas desde que lançou o morango do amor, na terça-feira (15). Assista abaixo.
“Usamos um pó dourado para deixar o caramelo mais brilhante”, conta ela, que vende a unidade por R$ 14. Saffira trabalha com confeitaria desde 2020 e ficou conhecida na cidade pelos bolos personalizados.
“A gente produz os morangos sob encomenda, mas não está dando conta. Tem muita grávida mandando o marido buscar”, brinca.
Já em Rio Preto, o confeiteiro Pedro Henrique de Melo Santos, de 24 anos, também entrou na onda do doce que virou febre. Após largar o emprego na área administrativa, ele abriu uma confeitaria há pouco mais de um ano.
Foi um dos funcionários que sugeriu testar o doce, e o sucesso veio rápido: o vídeo com os morangos banhados no caramelo somou mais de 330 mil visualizações no Instagram e ultrapassou 100 mil no TikTok. Assista abaixo.
Pedro segue a receita tradicional, mas reforça que o segredo está na execução do básico: brigadeiro no ponto certo, modelagem dos morangos no formato de coxinha e caramelo crocante.
“O que era quatro ou cinco mensagens por dia virou 400”, diz. Ele vende cada unidade por R$ 22 e já cogita ampliar a produção para dar conta dos pedidos.
“A gente nem imaginava que ia viralizar assim”, compartilha Pedro.
'Morango do amor' vira tendência e tem alta procura em Araçatuba
Em Rio Preto, confeiteiro alcança mais de 330 mil visualizações com doce 'morango do amor'
Os doces geralmente são feitos com brigadeiro, modelagem dos morangos no formato de coxinha e caramelo crocante.
Arquivo pessoal
🍓Safra da fruta
O sucesso do morango do amor também tem contado com um empurrão da natureza, pois o período entre agosto e outubro marca o pico da safra do morango no estado de São Paulo.
Segundo a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a oferta da fruta aumenta nessa época, com mais qualidade e preços acessíveis, cenário ideal para quem está apostando nessa tendência.
E se engana aqueles que pensam que o doce vai sumir tão cedo. Apesar de reconhecer que o hype deve diminuir nos próximos meses, Ana pretende manter o morango do amor no cardápio.
“Tem muita gente que ainda nem conhece. E quem prova, volta”, conclui Ana.
Morango atrai produtores por ser resistente, graúdo e doce
* Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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