Entenda a denúncia contra Nikolas Ferreira, Engler e aliados por fake news nas eleições de BH
09/07/2025
(Foto: Reprodução) MP acusa deputados e ex-candidata de espalhar desinformação contra Fuad Noman (PSD) no segundo turno de 2024. Segundo a instituição, campanha do PL usou livro e festival de quadrinhos para atacar adversário. Montagem de fotos com Nikolas Ferreira, Bruno Engler, Coronel Cláudia e Delegada Sheila
Reprodução/Redes sociais
O Ministério Público de Minas Gerais denunciou os políticos Nikolas Ferreira (PL), Bruno Engler (PL), Delegada Sheila (PL) e Coronel Cláudia (PL) por possível disseminação de fake news contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante a campanha do segundo turno das eleições de 2024.
Segundo o MP, o grupo promoveu uma estratégia organizada de desinformação para influenciar o eleitorado.
As acusações envolvem o uso de trechos fora de contexto de um livro de autoria de Fuad e um vídeo que o relacionava a um festival de quadrinhos com conteúdo supostamente impróprio para crianças.
A Justiça Eleitoral já havia determinado a retirada das publicações. Agora, com a denúncia criminal, os envolvidos podem se tornar réus e responder na esfera penal.
Entenda, abaixo, os principais pontos da denúncia apresentada pelo MP:
Quem são os denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais?
O que motivou a denúncia do MP?
Quais foram exatamente as informações falsas atribuídas aos acusados?
Qual foi a participação de Nikolas Ferreira nas supostas fake news?
Existe uma lei específica que tipifica fake news como crime eleitoral?
A denúncia pode resultar em perda de mandato ou inelegibilidade?
Qual o papel do livro "Cobiça" e do festival de quadrinhos na denúncia?
O que dizem os denunciados?
Quem são os denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais?
Foram denunciados o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o deputado estadual Bruno Engler (PL), a deputada estadual Delegada Sheila (PL) e a coronel Cláudia (PL), candidata a vice-prefeita na chapa de Engler em 2024. O MP os acusa de atuar em conjunto para prejudicar a imagem de Fuad Noman.
O que motivou a denúncia do MP?
De acordo com o MP, os denunciados participaram de uma campanha organizada de desinformação nos últimos dias da eleição, com o objetivo de influenciar o resultado do segundo turno em Belo Horizonte. As publicações foram feitas em redes sociais, rádio, TV e internet.
Quais foram exatamente as informações falsas atribuídas aos acusados?
A denúncia aponta que os envolvidos distorceram trechos do livro “Cobiça”, escrito por Fuad Noman, sugerindo falsamente que o autor endossava crimes contra crianças. Também o acusaram de permitir que menores tivessem acesso a conteúdo sexual em um festival de quadrinhos. Ambos os episódios foram alvo de decisões da Justiça Eleitoral que classificaram o conteúdo como ilegal.
Qual foi a participação de Nikolas Ferreira nas supostas fake news?
O MP afirma que Nikolas teve papel central, usando seu alcance nas redes sociais para disseminar conteúdo considerado falso e ofensivo. Ainda segundo a instituição, também descumpriu uma ordem judicial que exigia a retirada das postagens com desinformação.
Existe uma lei específica que tipifica fake news como crime eleitoral?
A lei eleitoral não usa o termo “fake news”, mas proíbe mentiras graves em campanhas. É crime espalhar informações falsas que possam influenciar o voto ou prejudicar a imagem de um candidato. Foi com base nisso que o Ministério Público denunciou os envolvidos, usando artigos do Código Eleitoral que tratam da divulgação de mentiras e da difamação durante a eleição.
A denúncia pode resultar em perda de mandato ou inelegibilidade?
Sim. Caso haja condenação definitiva, o MP pediu a suspensão dos direitos políticos dos denunciados. Isso pode impedir que votem ou se candidatem a cargos públicos. A Promotoria também solicitou o pagamento de indenização por danos morais coletivos a ser destinado a instituições de caridade.
Qual o papel do livro "Cobiça" e do festival de quadrinhos na denúncia?
O livro “Cobiça”, escrito por Fuad Noman em 2020, foi usado fora de contexto em vídeos da campanha de Engler. A obra traz um relato fictício de abuso, mas os denunciados sugeriram que o texto incentivava o crime. Também acusaram Fuad de permitir acesso de crianças a conteúdo impróprio no Festival Internacional de Quadrinhos de BH. Essas alegações foram rejeitadas pela Justiça.
O que dizem os denunciados?
Bruno Engler e Coronel Cláudia disseram, em nota, que não cometeram nenhum crime e que irão se manifestar no processo. Os demais citados na denúncia ainda não se pronunciaram até a última atualização desta reportagem.
O livro "Cobiça" foi um dos assuntos abordados no debate da TV Globo, na quinta-feira anterior ao segundo turno das Eleições de 2024. Veja o vídeo abaixo:
Debate BH: Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) debatem sobre livro de Fuad
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